Senti
o universo se aproximando da perfeição ao saber, durante uma sessão de
drenagem linfática, que agora não era mais pecado ingerir carboidratos
à noite. Fã da comfort food, nunca digeri muito bem as tais
dietas que pregam o consumo de proteína do café da manhã ao jantar.
Na busca por alternativas ao Atkins e à Dieta Dukan, ouvi da massagista Renata
França – a mais disputada de São Paulo por seu “toque
milagroso” – que suas clientes estavam afinando com o que sempre foi
proibido nos regimes alimentares. “Elas comem carboidrato à noite e
amanhecem com a barriga colada nas costas”, me disse em tom de confidência. Fui
investigar e, como dizem lá em Minas, pirei na batatinha (apesar de, descobri
mais tarde, a mandioca ser mais saudável).
Quase todas as clientes de Renata se consultavam com o nutricionista Marcelo Ferro, então fui atrás dele também. Ferro é defensor da chamada dieta seletiva, que nunca mistura carboidrato e proteína no mesmo prato. Segundo ele, para emagrecer e ter uma vida mais saudável, o ideal é respeitar as horas certas para consumir cada alimento. E, claro, comer com moderação. Proteínas devem ser ingeridas no almoço; carboidratos, no jantar. “Um elevador sobe e desce ao mesmo tempo? Não. Então por que o nosso corpo faria isso?”, compara Ferro, seguidor do método que tem aval do médico e pesquisador australiano Ahmad Afaghi.
Foi estudando sobre como a alimentação influencia na qualidade do sono de diversos pacientes que Afaghi descobriu um ótimo efeito colateral: o emagrecimento. Suas pesquisas demonstraram que ingerir somente carboidratos complexos saudáveis (arroz integral, raízes, batata-doce, mandioca, aveia) três a quatro horas antes de dormir melhora o sono significativamente e traz consequências positivas na liberação de hormônios, principalmente o GH, o famoso hormônio do crescimento. “Mais GH liberado durante o sono possibilita uma melhor oxidação (queima) das gorduras nesse período”, explica Ferro.
Na prática, a dieta consiste de pães integrais com geléias em açúcar ou azeite no café da manhã e frutas nos lanches. No almoço, come-se proteína animal, folhas e vegetais com baixo amido (como brócolis, palmito, rúcula e tomate). À noite deve-se ingerir carboidrato puro. Seguindo o cardápio, emagreci dois quilos na primeira semana fazendo exercícios leves dia sim, dia não. O plus da dieta seletiva é que ela ainda promete prevenir o envelhecimento precoce e as falhas de memória (ambos causados pelo excesso de proteínas consumidas diariamente). O método não conta calorias, mas é rígido na combinação dos alimentos. Penne com tomates, abobrinhas e outros vegetais está liberado, mas nem pense em turbinar seu macarrão com molho branco ou frutos do mar. O delicioso risoto de arroz negro com legumes (mas sem queijo) da cozinheira detox Catherine Vanazzi é uma boa opção de jantar (veja receita na versão tablet da Vogue).
Em recente entrevista ao The NewYork Times, Miuccia Prada disse que “no futuro as pessoas serão definidas pelo jeito como envelhecem”. Ferro, que também é especialista no assunto, diz que para soprar velinhas com fôlego por muito tempo o ideal é consumirmos de 15% a 20% de proteínas por dia. Não mais. O segredo também está na preparação. Cozinhar com óleo de coco e azeite é bom; manteiga e creme de leite, esqueça. E assim descobrimos que não somos apenas o que comemos, mas como – e quando - comemos. (ALEXANDRA FARAH)
Quase todas as clientes de Renata se consultavam com o nutricionista Marcelo Ferro, então fui atrás dele também. Ferro é defensor da chamada dieta seletiva, que nunca mistura carboidrato e proteína no mesmo prato. Segundo ele, para emagrecer e ter uma vida mais saudável, o ideal é respeitar as horas certas para consumir cada alimento. E, claro, comer com moderação. Proteínas devem ser ingeridas no almoço; carboidratos, no jantar. “Um elevador sobe e desce ao mesmo tempo? Não. Então por que o nosso corpo faria isso?”, compara Ferro, seguidor do método que tem aval do médico e pesquisador australiano Ahmad Afaghi.
Foi estudando sobre como a alimentação influencia na qualidade do sono de diversos pacientes que Afaghi descobriu um ótimo efeito colateral: o emagrecimento. Suas pesquisas demonstraram que ingerir somente carboidratos complexos saudáveis (arroz integral, raízes, batata-doce, mandioca, aveia) três a quatro horas antes de dormir melhora o sono significativamente e traz consequências positivas na liberação de hormônios, principalmente o GH, o famoso hormônio do crescimento. “Mais GH liberado durante o sono possibilita uma melhor oxidação (queima) das gorduras nesse período”, explica Ferro.
Na prática, a dieta consiste de pães integrais com geléias em açúcar ou azeite no café da manhã e frutas nos lanches. No almoço, come-se proteína animal, folhas e vegetais com baixo amido (como brócolis, palmito, rúcula e tomate). À noite deve-se ingerir carboidrato puro. Seguindo o cardápio, emagreci dois quilos na primeira semana fazendo exercícios leves dia sim, dia não. O plus da dieta seletiva é que ela ainda promete prevenir o envelhecimento precoce e as falhas de memória (ambos causados pelo excesso de proteínas consumidas diariamente). O método não conta calorias, mas é rígido na combinação dos alimentos. Penne com tomates, abobrinhas e outros vegetais está liberado, mas nem pense em turbinar seu macarrão com molho branco ou frutos do mar. O delicioso risoto de arroz negro com legumes (mas sem queijo) da cozinheira detox Catherine Vanazzi é uma boa opção de jantar (veja receita na versão tablet da Vogue).
Em recente entrevista ao The NewYork Times, Miuccia Prada disse que “no futuro as pessoas serão definidas pelo jeito como envelhecem”. Ferro, que também é especialista no assunto, diz que para soprar velinhas com fôlego por muito tempo o ideal é consumirmos de 15% a 20% de proteínas por dia. Não mais. O segredo também está na preparação. Cozinhar com óleo de coco e azeite é bom; manteiga e creme de leite, esqueça. E assim descobrimos que não somos apenas o que comemos, mas como – e quando - comemos. (ALEXANDRA FARAH)
Postado na Revista Vogue Brasil