Uma
descoberta acidental pode salvar a vida de cães em todo o mundo. Durante testes
para o estudo de bactérias em animais, pesquisadores da Universidade Hebraica
de Jerusalém conseguiram desenvolver uma vacina contra a erliquiose monocíclica
canina, a chamada “doença do carrapato”, uma das enfermidades mais comuns,
contagiosas, dolorosas e fatais para cachorros. A doença leva cães a sofrerem
com coceiras, febre, falta de apetite, sangramento pelo nariz e fraqueza, além
de causar morte em casos mais graves. Ela também afeta raposas, lobos e outros
canídeos, além de gatos e até mesmo humanos, mesmo que com mais raridade.
A
novidade foi revelada quando uma equipe da Escola de Veterinária Koret, em
Rehovot (Sul de Israel), ligada à Universidade Hebraica, desenvolvia projetos a
partir de bactérias relacionadas a cães. Em certo momento, os pesquisadores
perceberam que uma das bactérias, a Ehrlichia canis, que causa a
erliquiose monocíclica canina, estava reagindo de forma estranha.
—
Estávamos lidando com outra pesquisa quando notamos que a bateria que estávamos
usando experimentava mudanças, estava enfraquecendo. Esse foi o momento em que
eu e meu colega, o professor Gad Baneth, decidimos checar se essa tendência
poderia ser usada como vacina — conta Shimon Harrus, da Escola de Veterinária
Koret. — A pesquisa provou que estávamos certos.
A
vacina se mostrou efetiva num estudo experimental cujos resultados foram
publicados na edição de dezembro da “Vaccine”. Ela foi desenvolvida a partir de
um tipo de vírus atenuado da Ehrlichia canis. Doze cães foram
divididos em três grupos. Quatro foram vacinados duas vezes com o vírus
atenuado, quatro foram inoculados apenas uma vez e os outros quatro serviram de
grupo de controle. Os cachorros vacinados não mostraram nenhum sinal da doença
depois de serem inoculados e nem sofreram com efeitos colaterais. Depois, todos
os cães foram posteriormente infectados com o tipo mais grave do vírus. O grupo
de controle desenvolveu a doença de maneira severa. Quanto aos oito cães
vacinados, só três apresentaram uma febre baixa. Os outros cinco animais
permaneceram saudáveis.
Até
hoje, a única forma de evitar que cachorros contraíssem a doença era mantê-los
distantes de carrapatos, tratá-los com carrapaticida ou limpá-los constantemente
— o que é muito difícil, já que cada carrapato coloca nada menos do que quatro
mil ovos.
Postado por Robert Ferreira com base em artigo do
site RURAL MARKETING – Comunicação para Agronegócios
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