Quem acompanha a música baiana e mais especificamente a carreira do Grupo Chiclete com Banana sabe da existência de uma pendência do Grupo para com o músico João Fernandes da Silva Filho, o Cacik Johnny, que durante quase 21 anos (1980 a 2001), foi guitarrista, compositor da banda e construtor de significativa parcela da história do Grupo.
Já vários anos ele é portador da doença Ataxia Cerebelar, que apresenta degeneração progressiva que o impede de trabalhar. Ele não nega que, quando não teve mais condições de trabalhar, houve um acordo verbal de que a banda assumiria o pagamento dos seus honorários como se estivesse tocando e depois seria realizado um acordo. Como se tratava de um acordo justo foi aceito pelo Jonne. Porém, o compromisso verbal não foi cumprido integralmente, porque os honorários prometidos foram sendo reduzidos gradativamente. De forma integral o acordo foi cumprido apenas no período de junho a dezembro de 2001 a janeiro/2002. A partir do carnaval de 2002 os honorários começaram a sofrer cortes inexplicáveis.
Vale ressaltar que nesse período Jonne tentou inúmeros contatos com a Banda, mas todos foram em vão. Movido pela necessidade e pelo propósito de ter meus direitos restabelecidos e respeitados, buscou a Justiça.
A saúde de Johnny, com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais comprometida. O quadro agravou-se e as seqüelas da doença atingiram sua visão, comprometeram as articulações e afetaram seu andar, passando a necessitar de tratamentos mais especializados e onerosos. Mas, como poderia fazê-los se não dispunha de recursos financeiros para esse fim?
Diz Johnny: - Meus antigos parceiros permaneceram indiferentes e irredutíveis à esta situação, estranhamente, o processo foi julgado à revelia, e o mais grave é que eu, vítima, autor da ação e principal interessado na agilidade do julgamento e do resultado, não soube dessa audiência. Meu advogado recorreu da sentença ao Tribunal Superior do Trabalho, TST, onde o processo foi arquivado. Atualmente estou sobrevivendo graças à pensão do INSS e da ajuda de amigos.
Continua ele: Tudo o que almejo é ter o valor de meu trabalho artístico de mais de 20 (vinte) anos, interrompidos por motivos alheios à minha vontade, reconhecido financeiramente, a fim de que possa custear, sem favores, meu oneroso tratamento médico-hospitalar. É justo que alguém que colaborou de forma íntegra a uma banda e a uma história musical baiana sofra este processo de constrangimento?
Alguns comentários sobre o assunto:
É realmente uma pena a desconsideração com que é tratado pela banda Chiclete com Banana e, com certeza, tem precisado da ajuda de pessoas amigas. Seu tratamento é caro e acho que não chegará a tempo de socorrê-lo Ele não tem como custear o que necessita”. Tereza Lins *
“É uma covardia o que o grupo Chiclete com Banana tá fazendo com esse rapaz, eles deviam ao menos custear todo o tratamento do indio. Valeu Bel Marques... se um dia tiver a oportunidade de ir aos seus show levarei uma faixa com os seguintes dizeres: "Amigo é coisa pra se guardar... kd o coração do chiclete" esperar morrer pra homenagear é fácil”. - Leo Sapinho da Paraiba.
Sempre acompanhei o chiclete com Banana desde criança, quando era o bloco Internacionais. Depois deste relato, resolvi boicotar tudo o que pode dar lucro ao grupo Chiclete com banana. Um dia Deus tocará no coração e na consciência deles Força Jonnie, Deus está contigo”. Marielba
É impressionante como as emissoras de rádio e televisão se esquivam de bater nessa tecla. Não querem comprar uma briga justa por se tratar de uma banda poderosa. É cada um pensando apenas em si e pronto. Johnny, você contribuiu muito para o crescimento da banda e na divulgação da música baiana.
Por Robert Ferreira