CAJUÍNA PIAUIENSE PODERÁ SE TORNAR PATRIMÔNIO CULTURAL DO PAÍS



Produtores enviaram pedido de registro para o IPHAN
Na manhã do último dia 05 de maio, representantes do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí, e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN, realizaram encontro com produtores de cajuína para discutir o registro dessa bebida a base caju como patrimônio cultural brasileiro.
A proposta de registro do Modo de Fazer Tradicional da Cajuína como Patrimônio Cultural Brasileiro foi apresentada pela Cooperativa de Produtores de Cajuína do Piauí, CAJUESPI.
Na ocasião, o técnico do IPHAN, Ricardo Augusto Pereira, destacou que o encontro marca o início dos trabalhos de efetivação do registro.  “Desde 2008, os cajucultores piauienses pleiteiam esse registro. A partir dessa solicitação, o IPHAN elaborou uma pesquisa que mostra os aspectos culturais, técnicos e históricos da produção da cajuína”, afirmou o técnico.
No dia 15 de maio, haverá uma reunião do Conselho Consultivo do IPHAN, na qual será feito o parecer com relação ao registro da bebida genuinamente piauiense.
“O SEBRAE realiza um importante trabalho focado na constante melhoria da produção e qualidade da cajuína. São cursos voltados para a área de gestão do empreendimento, bem como para melhorias das técnicas utilizadas pelos produtores. Estamos otimistas quanto ao registro da cajuína como patrimônio cultural do Brasil”, pontua a gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios do Sebrae no Piauí, Geórgia Pádua.
A CAJUÍNA
A cajuína é uma bebida não alcoólica, feita a partir do suco do caju separado do seu tanino, por meio da adição de um agente precipitador – originalmente, a resina do cajueiro, durante muitas décadas a cola de sapateiro e atualmente, a gelatina em pó –, coado várias vezes em redes ou funis de pano, em um processo que recebe o nome de clarificação. O suco clarificado é então cozido em banho-maria em garrafas de vidro até que seus açúcares sejam caramelizados, tornando a bebida amarelada, e permitindo que possa ser armazenada por períodos de até dois anos.
Mesmo sendo uma bebida, ela assume o simbolismo de alimento e poderá ser inscrita na mesma tradição dos doces, bolos, biscoitos e outros saberes prendados cultivados para abastecimento do lar no Nordeste. A cajuína conquistou o mercado externo, e é valorizada como produto de forte apelo regional e cultural, reforçando os sentidos de pertencimento e identidade dos piauienses e brasileiros.  
O modo de fazer e as práticas socioculturais associadas à cajuína são bens culturais associados aos rituais de hospitalidade das famílias proprietárias de terras no Piauí.

Postado por Robert Ferreira com base em artigo de Misael Martins (ASCOM do SEBRAE no Piauí).

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